sábado, 18 de fevereiro de 2012

Entrevista - Oscar Mendes Filho


O Escritor:
 
1. Quando começou a escrever? 
Comecei a escrever na adolescência, na época ainda utilizava as hoje quase extintas máquinas de escrever. Sempre seguindo a linha da ficção e do horror.

2. Por que escreve? 
Escrevo apenas por prazer, para expressar minhas opiniões, sonhos e desejos. Interessante também é a capacidade de levar boas histórias aos leitores e transmitir-lhes emoções com elas, claro, sempre com algumas pitadas sobre temas que as façam refletir. O desejo de todo escritor é poder viver da literatura, mas como no Brasil isso é difícil de acontecer, escrevo apenas para meus leitores. O importante é ser lido.

3. O que gostaria de alcançar com a sua Literatura? 
Hoje já não tenho mais o sonho de ganhar a vida com a Literatura, como quando era mais jovem, desejo apenas levar minhas obras aos leitores que apreciam o gênero que abordo, seja através do meu blog ou dos livros que publico de forma independente.

4. Qual tema ou assunto que gostaria muito de abordar, mas ainda não sente a necessidade de fazê-lo agora?
Penso em criar uma obra voltada apenas à ficção, sem envolver o horror. Algo do tipo Conan, Senhor dos Anéis, ou obras do gênero. Mas nem de longe com a pretensão de ser capaz de criar algo com a mesma qualidade dessas obras.

5. O que o motiva?
O reconhecimento por parte dos leitores e também a ideia de que meus trabalhos sejam meu legado para as próximas gerações. Gosto de escrever sem a obrigatoriedade de seguir determinado gênero, apenas deixando-me seguir pelos caminhos que a inspiração me leva.

6. Qual a sua maior inspiração?
Costumo buscar inspiração em filmes, livros e até mesmo músicas, sempre relacionados aos temas sobre os quais escrevo.
A inspiração por vezes me abandona completamente, passando semanas sem que eu consiga produzir alguma coisa, mas quando retorna, é com força total. 

7. O que mais atrapalha? 
Talvez problemas particulares ou excesso de trabalho. Mas ainda não consegui reconhecer o que faz com que minha inspiração por vezes desapareça.

8. Qual seria o cenário perfeito para trabalhar na sua Literatura? 
Costumo escrever durante a noite e a madrugada, quando as coisas se acalmam. Nessas ocasiões posso usar meus fones de ouvido para apreciar uma música inspiradora, como E-Nomine, Iron Maiden, etc sem correr o risco de ser interrompido. Mas já criei muita coisa durante o dia, também, quando a inspiração surge e até mesmo no trabalho, quando sobra um tempinho.

O Leitor:

1. Qual o primeiro livro que leu e marcou a memória?
Na época da escola os professores nos faziam ler muitos livros (coisa que hoje parece não acontecer), nenhum voltado ao tema que sigo atualmente, mas um que sempre me vem à mente é “Olhai os Lírios do Campo” de Érico Veríssimo. No entanto, já me dedicava à leitura antes de obrigatoriedade escolar e alguns livros dos quais me recordo são “Confissões de um Vira-Lata” do Orígenes Lessa, e alguns da série Vaga-Lume como “O Escaravelho do Diabo”.

2. Qual a obra mais marcante?
Tem uma que me marcou por motivos distintos. Me recordo de que, ao receber o livro de Língua Portuguesa no início de um ano letivo (acredito que na quinta série) fiquei fascinado por haver entre os textos a serem trabalhos um trecho do livro “Confissões de um Vira Lata”, que eu já tinha lido. A cada aula um dos textos do livro era lido para a classe e aguardei pacientemente o dia em que chegaria a vez do trecho do “Confissões” para lê-lo. Assim o fiz, mas de maneira traumatizante. Ao ser questionado pela professora sobre meu entendimento acerca do texto (fato que ocorria em todas as aulas pois era parte da atividade) ela disse que eu não havia entendido nada. Fiquei perplexo e bastante chateado, mas hoje vejo que a culpa não foi minha, mas do despreparo da professora em questão. Por exemplo, quando ela me indagou “Quem é o Sultão?” eu respondi que era o personagem de vida abastada e ela disse que eu não sabia o que era um sultão, ou seja, ela deveria ter me perguntado “O que é um sultão?”. Parece que o despreparo de certos professores já vem de tempos atrás. Ainda bem que não abandonei os livros por causa dela.

3. Não vendo. Não troco. Não empresto. 
“O Livro de Ouro da Mitologia” de Thomas Bulfinch, embora geralmente eu odeie emprestar coisas minhas. Ninguém tem o mesmo zelo por elas como nós temos.

4. Qual o gênero e estilo literário favoritos para leitura? 
Suspense, horror e ficção.

5. Onde, quando e como faz suas leituras? 
Geralmente leio em casa, mas também o faço no ônibus, durante o trajeto para o trabalho, embora não goste muito.

6. O que muito gostaria de ler, mas ainda não encontrou oportunidade? 
Não me recordo de nenhuma obra no momento, pois tenho a sorte de possuir todos os livros que desejava.

7. Qual livro recomendaria? 

Existem várias obras que poderia citar nesse sentido, O próprio “O Livro de Ouro da Mitologia” é bastante inspirador, mas posso indicar também “Drácula” de Bran Stoker. Claro, além dos meus, dentre eles, o “Prisioneiro da Eternidade - RPG”, pois permite ao leitor seguir seus próprio caminho dentro da narrativa, pois nele utilizei uma fórmula hoje difícil de se encontrar.

O Autor:

1. Faça uma breve apresentação de sua obra mais recente.
Minha mais recente obra é “Waverly Hills – Onde Reside o Mal”, nela eu abordo de uma forma peculiar os acontecimentos que afligem um grupo de pesquisadores que se atreve a passar uma noite no famigerado hospital que dizem ser assombrado, localizado nos EUA. Penso, até mesmo, em criar uma segunda obra abordando o tema e seguindo a mesma linha, mas ainda estudo a ideia.

2. Mostrar o lado sobrenatural do nosso cotidiano é realmente ter munição para muitas histórias, visto que sempre alguém ou algum lugar haverá algo não (muito bem) explicado pela Ciência. Como você tem a intenção de escrever uma segunda obra, qual seria o cenário para essa?
Não estudei bem essa possibilidade ainda, mas o que já me veio em mente foi a ideia de uma segunda equipe, auxiliada pelos sobreviventes da primeira jornada, retornar ao sanatório munido de instrumentos ainda mais modernos, que certamente lhes proporcionará horrores ainda maiores. Mas a ideia ainda tem que amadurecer bastante, como disse anteriormente, tudo depende da inspiração, talvez ela resolva dar o ar da graça a qualquer momento.

3. Você pretende tornar essa ideia uma série?
Não, não, seria apenas uma segunda obra mesmo. No caso de séries elas acabam ficando repetitivas.

4. Quais foram as inspirações para essa obra?
A história terrível do hospital e sanatório de Waverly Hills. A lenda de que ainda hoje existam espírito assombrando o local é bastante intrigante.

5. Histórias reais de casos sobrenaturais são do seu interesse? 
Certamente, caso alguém se interesse basta me enviar o material que tento criar baseado nele. Tudo o que leva medo ao leitor é do meu interesse, e sendo um caso real, ainda mais.

6. Qual foi a parte mais legal de escrever?
O desfecho da história. Criei três finais diferentes para ela, mas tive que optar por uma, escolhendo a que me pareceu mais aterrorizante.

7. Qual a mais trabalhosa?
Difícil explicar para quem não conhece a obra, mas acho que sincronizar os horários de acordo com os acontecimentos foi algo bastante trabalhoso.

8. Enumere todos os livros que escreveu, inclusive em co-autorias, na ordem do mais recente ao mais antigo, e descreva brevemente o significado de cada obra para você.
·                     Waverly Hills – Onde Reside o Mal - Um livro que gostei bastante de escrever, por ter me baseado em “fatos reais”.
·                     Antologia Prisioneiro da Eternidade - Obra que surgiu de forma inesperada. Inicialmente a ideia era convidar escritores amigos a participarem do aniversário de cinco anos do meu blog, cada qual enviando alguns contos. Como a receptividade dos leitores foi boa, decidimos reunir esses contos e criar a antologia.
·                     Contos Para Nunca Esquecer II - A segunda coletânea de contos que publico em meu blog, mas que possui alguns trabalhos inéditos.
·                     Asgard – A Saga dos Nove Reinos - Fui convidado a participar e o fiz com o conto “O Arrependimento de Odin”, que é bastante elogiado. Modéstia a parte, dizem ser o melhor do livro.
·                     Contos Para Nunca Esquecer - Foi a primeira coletânea de contos que criei, onde reuni os trabalhos publicados no meu blog e adicionei algumas obras ainda não publicadas, de forma a atrair o interesse dos leitores.
·                     Joshua - O livro traz a história de um caçador de vampiros, mas sem seguir os clichês em voga atualmente. Joshua é desprezado pela família e realiza seu trabalho visando apenas o dinheiro.
·                     Prisioneiro da Eternidade II – A Redenção - Traz a sequência da história do livro anterior, mas nele, os acontecimentos se passam nos dias de hoje.
·                     Prisioneiro da Eternidade - O livro narra a trajetória de um vampiro desde sua criação, trazendo uma visão diferente e nada convencional em relação à origem dessas criaturas.
·                     Prisioneiro da Eternidade – RPG - É um livro que segue o formato de obras que li há muitos anos. Nele o leitor pode escolher qual caminho seguir, e com isso, obter desfechos diferentes e inusitados para a trama. De acordo com essas escolhas o protagonista pode se tornar um lobisomem, um vampiro ou morrer como um simples mortal.
·                     Hanz - Esse foi o primeiro livro que escrevi, ainda jovem, quando ainda possuía a ânsia de mudar o mundo e fazer dele um lugar mais justo. Transfiro ao personagem principal todos esses anseios e, também, ideias nada ortodoxas para atingir seus objetivos. Mas em cada personagem há uma faceta minha, onde pincelo minha visão em relação à realidade, ao modo de se comportar e à vida.
9. Destas obras que citou, qual a que mais curtiu? 
Prisioneiro da Eternidade – RPG é uma obra que me agrada bastante por não obrigar o leitor a seguir apenas uma linha de raciocínio e poder levar o personagem a diferentes acontecimentos, de acordo com as escolhas que realiza. Mas todos meus trabalhos poderiam ser citados, pois os criei em momentos diversos da minha vida e trazem impressões únicas.

10. Qual foi mais trabalhosa?
O RPG foi bastante trabalhoso, pois foi como escrever vários livros diferentes em apenas um.

11. Qual superou as suas expectativas?
“Waverly Hills – Onde Reside o Mal” é uma das obras que mais causa admiração nos leitores e o que rende mais comentários.
    
12. Qual reescreveria ou daria continuidade?
Não gosto muito da ideia de reescrever um livro, pois cada um traz suas impressões sobre a época em que foi escrito, mas acho que reescreveria “Hanz” e “Joshua”, o primeiro para aprimorá-lo um pouco e retirar o cunho religioso que muitas vezes se faz presente nele e, no caso do segundo, para trabalhar melhor algumas passagens do livro. Como meu professor de literatura costumava dizer “Um livro é uma obra viva, e sempre parece requerer transformações a cada leitura, por parte de quem o escreve”, mas não gosto da ideia de reescrever.

13. Tenho percebido que muitos escritores têm receios de abordar crenças e religiões em suas obras. No caso de “Hans”, o cunho religioso não enriquece a obra, independente se você, como autor, e o leitor, compartilha da mesma crença ou não?
Na época em que escrevi “Hans” eu seguia, digamos, mais fervorosamente, a doutrina espírita, então em certos momentos eu deixei isso extremamente claro. Por ter, após estudos, visualizado certos parâmetros com os quais não concordei, hoje não o faria da mesma forma. Mas os leitores nunca se manifestaram contrários a esse fato, pelo menos não até o momento.

14. Fale sobre o seu personagem favorito e o que há nele para ser o dileto?
Citar um personagem preferido é complicado, pois nutro admiração e carinho por todos eles, mas Baalzerith do “Prisioneiro da Eternidade” é um dos preferidos, porque ele carrega todos os anseios, medos e frustrações de uma criatura obrigada a se arrastar através dos séculos.

15. No que gostaria de transformar “Waverly Hills – Onde Reside o Mal”? 
Em relação a essa obra específica não tenho planos, porque transformá-lo em um filme, por exemplo, o deixaria muito semelhante a alguns documentários criados ultimamente. Mas um livro que me deixaria muito satisfeito caso se tornasse um filme seria “Prisioneiro da Eternidade”.

16. Você é um escritor que se utiliza da internet para publicar suas obras. Quanto ao interesse do público leitor, o que mudou nesses últimos cinco anos? Em sua opinião, a internet é uma ferramenta melhor agora com todas essas redes sociais e facilidades de publicação?
A internet se tornou uma importante ferramenta de divulgação para todo tipo de trabalho, inclusive o literário. O problema é que, com essa facilidade, muita propaganda enganosa também circula, e cabe ao leitor separar o que realmente merece atenção ou não.

17. Quais os seus contatos e onde poderíamos adquirir as suas obras?
Meu e-mail é oscar.mendes01@gmail.com e meus trabalhos podem ser lidos e até mesmo baixados através do meu blog www.prisioneirodaeternidade.blogspot.com
Twitter: @oscarmendes01
Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100001713283897 

3 comentários:

A Wild Garden disse...

Parabéns pela entrevista e por divulgar o Oscar! Nós, os ex-zineiros, excluídos e blogueiros temos que valorizar e apoiar os talentosos como o Prisioneiro da Eternidade literária!

Patricia Kovacs disse...

Acho que vc já disse tudo, rs.
Obrigado pelo comentário ;)

MÁRSON ALQUATI disse...

Legal poder conhecer um pouco mais sobre o amigo e irmão de escrita Oscar, o qual possui a minha admiração e estima... E parabéns pelo excelente trabalho de divulgação da nossa LitFan Brasileira!
Abraços literários!

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