quarta-feira, 28 de abril de 2010

Livro - Raízes & Asas - Ronaldo Luiz Souza

A busca pela sabedoria do caminho

Um pássaro migratório em busca da sabedoria. Um pinheirinho solitário em um vale deserto. Estes são os personagens desta cativante e envolvente estória que nos revela a essência de verdades universais e nos desperta para a preciosidade da vida, da alegria e do amor.

Uma estória simples, contada de forma a cativar milhares de leitores ao redor do mundo. Uma estória que espelha nossas mais profundas dúvidas e nos lança a uma reflexão íntima sobre nossas vidas, nosso ontem e nosso amanhã, aproximando-nos da sabedoria e da arte da liderança, da liberdade e da conquista de um sonho.

“Raízes e Asas” começa com a devastação de uma floresta milenar em um vale cercado por montanhas. Refúgio de pássaros migratórios que fazem dali um local de descanso nas migrações entre hemisférios, o vale deserto torna-se o cenário do encontro de dois personagens apaixonantes, de mundos completamente diferentes: Um pássaro migratório e um pinheirinho solitário.

Conseguir respostas e utilizá-las para reconstruir sua identidade e reorientá-lo em seu caminho. Esta é a sabedoria que o migrante Branno busca colher a cada bater de asas. Cercado de perigos em sua jornada, ferido e incapaz de voar, ele se vê forçado a ficar ilhado por todo o inverno num vale deserto. Ali conhece um amigo especial, um pinheirinho, e juntos partilham seus sonhos e esperanças, encorajando-se mutuamente.

“Raízes e Asas” é sobre nossas próprias vidas, nossas dificuldades, dúvidas, anseios e sonhos. É sobre a fraqueza e a força de todo ser humano. É sobre a esperança em nós e no amanhã de toda a humanidade. Temos enfim, através da aventura dos personagens, a chance de percebemos nossas vidas, aprendermos sobre as escolhas, a sabedoria e o caminho que trilhamos. A busca pela sabedoria do caminho é também a busca por respostas às nossas questões pessoais.

Mais que acompanhar um pássaro em sua longa Migração através de continentes ou o crescimento de uma árvore, Raízes e Asas nos envolve em uma jornada espiritual dentro de nosso íntimo, no âmago de nossos sentimentos e convicções, guiando-nos para além das dificuldades e desastres, em busca da sabedoria para trilhar nossos passos. Devolve às nossas mãos a chave para a alegria e a realização pessoal: o desenvolvimento de nossos dons e a realização de nossos sonhos.

Autor: Ronaldo Luiz Souza
Editora: Usina de Letras
Blogs do Livro:
http://livroraizeseasas.tk
http://livroraizeseasas.blogspot.com

Lançamento do livro na Bienal de Minas Gerais, de 14 a 23 de maio, 2010!

Em Agosto, Raízes e Asas também participará da Bienal de São Paulo.

A Bienal do Livro de Minas será realizada no Expominas, um dos principais espaços para feiras em Belo Horizonte. O local possui 12 mil m² de área construída, 2.230 vagas de estacionamento, e está situado a apenas 10 minutos do centro da cidade. O Expominas é ligado diretamente a uma estação de metrô: a Estação Gameleira, o que permite o público estar no centro da cidade em apenas seis minutos. Rápido, seguro e confortável.

Endereço Avenida Amazonas, 6.030 - Bairro Gameleira – Belo Horizonte, MG
Data 14 a 23 de maio de 2010
Horários:
Dias de semana: das 9h às 22h
Fins de semana: das 10h às 22h
Local do Evento:
Expominas Avenida Amazonas, 6.030 - Bairro Gameleira - Belo Horizonte, MG

terça-feira, 27 de abril de 2010

Conto - Um Anjo Redentos - George Pacheco

UM ANJO REDENTOR

Sirenes ligadas. Homens, mulheres e crianças chorando, gemendo de dor. Um chei-o forte de éter. Em um hospital vê-se o que quer e o que não quer. Se ao menos houvesse muitos médicos para atendê-los... Não, não havia.

Adametropos trabalhava há quase vinte anos como enfermeiro. Muitos pacientes já haviam sido cuidados por ele. Suas mãos precisas efetuaram uma centena de curativos, aplicaram injeções mais ainda. Não era casado, não tinha filhos. Quase uma vida inteira dedicada a pessoas desconhecidas.

Sirenes ligadas, gente chorando... Já estava acostumado com isso. Essa profissão não é para qualquer um. É preciso gostar muito de ajudar as pessoas. E não se importar em ver sangue.

Em alguns dias os corredores ficavam até vazios, mas hoje... Haviam macas espalhadas, alguns pacientes que estavam em pé, outros sentados em cadeiras mal conservadas e tomando soro.

Adametropos cuidava de uma senhora, paciente terminal de câncer. Antigamente não se podia falar nem no nome dessa doença. Falavam “aquela doença ruim”. Estava quase gritando de dor. Seu corpo magro se contorcia na cama, desarrumando os lençóis que a cobriam. Não havia nenhum parente com ela. Acontece às vezes. Algumas pessoas são abandonadas pela família e isso é muito triste.

– Ah... Está doendo! Meu Deus me ajuda! – disse Dona Diva, com os olhos cheios de lágrimas, voltados para o enfermeiro que entrava no quarto agora.

– Calma Dona Diva... – disse ele com sua voz grave. Era chamado de locutor de cabaré por disso.
– Me ajuda moço... – disse ela quase sem forças.

– Isso vai deixar a senhora melhor... – disse ele aplicando uma injeção na garrafa de soro. Quase que instantaneamente a mulher foi se aquietando até dormir. Seu rosto ain-da estava molhado de lágrimas e Adametropos enxugou-as com as mãos.

Seus olhos marejaram. Era difícil se comover com os pacientes. Na verdade só havia acontecido nos seus primeiros plantões. Talvez fosse porque ela lembrava sua mãe. Ah sua mãe! Que saudades! Havia partido há tanto tempo... Não pôde ajudar. Morreu de re-pente e ninguém nunca soube o que havia sido. Por isso decidiu ser enfermeiro. Precisava ajudar os outros. Enquanto trocava de roupa pensava em como ajudaria mais pessoas, fora de seus plantões.

Foi para casa, tomou um banho e deitou-se um bocado, estava exausto. Quando acordou eram quase três horas da tarde. Levantou, lavou o rosto e comeu alguma coisa, assistindo televisão.

“Em pesquisa recentemente divulgada pelo governo, houve um aumento de trinta por cento da população de rua...”. – disse o jornalista. Sim! Os mendigos precisavam de ajuda. Aliás, já havia atendido a muitos no hospital.

Levou o prato até a pia e começou a destampar as panelas. Arrumou alguns pratos, tapando com outros e amarrando com panos de prato. Foi ter com os mendigos, lembrava que perto do hospital tinha visto alguns. A pesquisa do governo estava certa. Devia haver umas duas famílias inteiras por lá e muitas crianças. O que trouxe provavelmente não ia dar. Mas os mendigos dividiram tudo e quase que sobra. Emocionou-se novamente. Talvez fosse a primeira refeição deles e comeram como se fosse a última. Voltaria lá mais tarde.

No outro dia, ao chegar ao hospital recebeu a notícia. Dona Diva tinha partido, ainda pela manhã de ontem. Era apenas mais uma. Trocou de roupa e foi passando no leito de cada um. No setor de queimados, havia uns dez pacientes. Atendeu primeiro à Paloma, uma menininha de cinco anos. Sua mãe estava aquecendo o leite no fogão e deixou distraidamente a alça do canecão voltada para fora. A menina puxou-o derramado a bebida no rosto e no peito. Estava praticamente desfigurada.

– Bom dia Palominha... – disse ele se aproximando.

– Bom dia Sr. Tropis! – disse ela, que sorria, mesmo na dor.

– Então, como é que foi a noite?

– Eu senti um pouco de frio. Mas aí, minha mãe me cobriu e eu suei muito. – disse a menina arregalando um dos olhos. O outro, tinha a pele retorcida pela queimadura. A mãe estava sentada ao lado tentando segurar o choro, para que a menina não visse. Não pôde, e saiu para chorar no corredor.

– Vou te dar um remédio para você melhorar, está bem? – disse o locutor de cabaré.

– Cadê mamãe? – perguntou a menina voltando-se para a porta.

– Deve ter ido ao banheiro... – disse ele com jeito.

Deu o remédio à menina e partiu para os outros pacientes. Saiu dali e foi para a ortopedia. Também estava lotado. Ali havia acidentes de todos os tipos. Um homem havia caído da laje. Três mulheres haviam sido atropeladas no ponto de ônibus. Um rapaz havia batido de carro e tinha sorte de estar ali. Sua namorada estava sem o cinto de segurança e na pancada tinha sido arremessada pelo pára brisa dianteiro, indo parar a uns cinco metros do sinistro. Ele talvez ficasse paraplégico.

– Hei Adametropos! – Teu time é muito ruim mesmo, hein? – disse Sr. Carlinhos, um senhor de uns setenta anos. Tinha quebrado a bacia quando escorregou no banheiro de casa. Viúvo, morava com o filho.

– Ruim é o seu! – redarguiu o enfermeiro.

– Esse ano vou ter o prazer de ver o Vasco cair para a segunda divisão! – disse o velho com um radinho de pilha sobre o colo.

– E o seu está muito bem, não é? – disse ele trocando o soro do velho.

– O Fluminense? Eu nem vejo vocês pelo retrovisor! Por que é que você não fica em casa todo dia? Assim você evita as chacotas e eu sou cuidado só por aquela enfermeira gostosa que estava aqui ontem...

– A Neide? Da fruta que o senhor gosta ela come até o caroço! – disse ele atenden-do outros pacientes.

– Isso é porque ela não me conheceu ainda. Deixa comigo que eu dou um jeito nela!

E foi assim por todo o dia. Alguns choravam, outros faziam piada. Nada demais até as duas da madrugada. Chegou um rapaz que havia batido de moto. Estava todo ensangüentado, dando golfadas de sangue. No lugar da perna direita tinha um monte de carne retorcido com alguns cacos de osso. Foi direto para o CTI, mas já era tarde, seu coração já estava parado. Já estava quase amanhecendo, mas de lá não se podia ouvir o canto dos pássaros. Só gemidos e lágrimas.

Outro plantão exaustivo. Saiu do hospital e foi à padaria do outro lado da rua fazer seu desjejum. Alguns enfermeiros e parentes de internados faziam suas refeições ali, e levavam guloseimas escondido para os pacientes. Adametropos adoçava seu café com leite, enquanto os outros prestavam atenção no noticiário. O jornalista anunciava em tom austero informações sobre uma chacina.

“A polícia ainda investiga a chacina ocorrida na madrugada de segunda feira, em uma das ruas do centro da cidade. Foram dezoito mortos, entre homens, mulheres e crianças. Uma mulher, que não quis ser identificada, disse que foram muitos disparos de arma de fogo, por volta de uma hora da manhã. Ouviu muitos passos, mas não soube se eram dos assassinos ou dos mendigos que corriam desesperados.”

– Que absurdo! – disse a moça que limpava o balcão.

– Fiquei sabendo que foi aqui pertinho... – disse um cliente.

– Que Deus tenha piedade dessas almas... – disse Adametropos com lágrimas nos olhos. Estava sensível a este tipo de coisas nos últimos tempos.

A conversa ali na padaria girou em torno deste assunto. As mortes, a insegurança da população. Os hospitais lotados, a falta de preocupação do governo com o básico, saúde, segurança e educação. A sociedade estava à beira do caos.

O enfermeiro Adametropos saiu da padaria e caminhou até o ponto de ônibus. A rua onde aconteceu a chacina ficava no caminho deste. Passou em frente e ficou olhando na entrada do beco. Havia marcas de tiro nas paredes. A imagem das pessoas correndo lhe veio à cabeça. Lembrou-se de quando se fartavam com a comida que havia trago. Aquela havia sido a última refeição deles mesmo...

Chegou à porta de casa, tirou os sapatos, batendo um no outro para tirar a poeira. Entrou, abriu a camisa e foi pegar uma cerveja gelada. Era um dia quente. Foi para a sala e ligou a televisão. Sentou-se no sofá, esticou os pés na mesa de centro e degustou a bebida. Deixou escorrer algumas gotas pelo queixo, indo pingar em seu peito, cheio de cabelos brancos. Estava ficando velho.

Todos os canais falavam sobre o acontecido. Não adiantava mudar. No meio de programas de culinária abriam um espaço só para falar do assunto. Eles não demorariam a encontrar o culpado, ele sabia.

Em um dos canais, falavam sobre o hospital em que ele trabalhava.

“O Hospital Nossa Senhora das Dores está sendo investigado uma série de mortes. Muitos pacientes morreram mesmo tendo uma melhora no quadro. A senhora Mariluce Tavares, mãe de uma paciente, diz que sua filha estava bem, mas começou a se sentir mal depois de ter ingerido um comprimido, dado por um enfermeiro. – Eu tive que sair, por estar me sentido mal e quando voltei o enfermeiro tinha medicado minha filha. Ela teve um pouco de febre na noite anterior, mas não era nada demais. Em algumas horas ela morreu. Foi horrível. Nada vai trazer minha filha de volta! – disse a mulher aos prantos. A polícia investiga o envolvimento do enfermeiro nas mortes...”.

Ouviu o som de pisadas fortes na entrada de sua casa. Bateram a porta com força. Eram eles.

– Adametropos Ribeiro! Abra a porta, é a polícia! – gritaram. Haviam encontrado-o.

Adametropos estava farto de tanta aflição, tanta dor. Não resistiu a anos assistindo aquilo como coadjuvante. Embora curassem alguns, outros chegavam, com os mesmos sintomas, as mesmas doenças. O mundo era uma fábrica de doentes, acidentados, famintos e desesperados em linha de produção. Não, ele precisava fazer algo. E fez. Salvou dezenas de almas de tanto sofrimento, tanta angústia. Para onde foram, não teriam fome nem sede, nem dor. Uma terra onde corre leite e mel.

Os policiais chutaram a porta com mais força. Adametropos pegou o revólver que estava sobre a mesa de centro, tomou um último gole de sua cerveja e abriu a boca, pondo o revólver dentro. Apertou o gatilho no momento em que conseguiram arrombar a porta. Encontraram o corpo caído sobre o sofá e o sangue que escorria molhando sua roupa branca.

Mas vejam só. Nem todos que vestem branco são anjos...

George dos Santos Pacheco


George dos Santos Pacheco nasceu em Nova Friburgo, na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro em 07 de outubro de 1981. Saudosista dos anos 80, geração a que pertence, sempre gostou de filmes, música e livros. Apesar disso não lia tanto, tornado-se um hábito quando se casou em 2003, pois sua esposa também é apaixonada por livros.


Assistia a uma entrevista em um canal de TV, num programa de debates. Tema: Literatura. “Todo mundo é capaz de escrever um livro” – diziam. –Eu? George Pacheco escrevendo um livro? – pensava. Sim, é possível. Começou a escrever e não parou mais. Hoje se considera um escritor compulsivo. Faz parte da nova safra de escritores do país, fazendo sua estréia com O Fantasma do Mare Dei, a ser lançado ainda em 2010, pela Editora Multifoco. Participa também da Coletânea de Contos Policiais Assassinos S/A Vol. II, também da Editora Multifoco, lançada em 03 de abril de 2010. Publica contos e crônicas em diversos sites, inclusive em seu blog, revistapacheco.blogspot.com.

Contatos pelo e-mail pacheconetuno@oi.com.br.


sábado, 24 de abril de 2010

E-book - Beijos & Névoas - 2ª Antologia de Romance Sobrenatural

Para ler um conto de degustação, clique aqui e baixe =)

Foi tão divertido fazer a primeira antologia, Beijos & Sombras, que logo partimos para a segunda edição de antologia com temas sobrenaturais. Beijos & Névoas trás 11 contos de diversos estilos e abordagens, mas todos dentro do tema sobrenatural. Confira breve sinopse:

Entre névoas e sombras, grandes mistérios e amores profundos esperam por você.

Trazendo o clima épico dos grandes mitos, Celly Monteiro nos conta duas histórias, em que a magia dos deuses e o encantamento das bruxarias não conseguiu destruir um amor puro e forte, e o encontro de duas almas destinadas a ficarem juntas.

No seu conto, Didi Oito Dedos nos prende à sua trama de suspense, na qual um pai de família desesperado se vê envolvido por uma teia diabólica de eventos estranhos, dos quais uma casa maldita é a causadora.

Jossi Borges traz agora um conto romântico-sobrenatural, em que uma moça é levada, através da hipnose, a conhecer uma outra vida, de outra mulher... e auxiliar seu espírito perturbado. Porém, não sabia as consequências assustadoras que esse mergulho no passado lhe traria...

Mia Hertz surpreende novamente, com dois contos erótico-sobrenaturais. Mocinhas audaciosas, sonhos de luxúria, homens agressivos e cheios de rudeza... homens-felinos em um mundo pós-apocalíptico e muita sensualidade.

Rebis Kramrisch traz uma doce história de magia, onde a delicadeza de um amor trasnpõem os limites da razão e une dois corações diferentes... No segundo conto, uma fantasia juvenil que se torna real, quando o amigo espiritual de Aline a visita em seu décimo-sexto aniversário, fazendo-lhe uma surpresa inesquecível. E ainda nos traz uma história em quadrinhos, "Delírio de Outono", plena de beleza e poesia.

Telyka Madelynne traz "Mulher de Fases", um conto moderno ambientado na florestra amazônica. Alcina é uma mulher corajosa, forte e bonita, mas sofrida. Após um relacionamento insatisfatório com um homem cruel, ela encontra o verdadeiro amor às margens do rio... em um amante misterioso, belo, másculo... que um dia desaparece sem deixar rastros.
Edição: Amor & Livros Digital
104 páginas
R$ 10,00
Para adquirir o ebook, entre em contato com a livraria virtual Amor & Livros.
Leia a resenha de cada conto escrita por cada autora, o que elas têm a dizer e o que queriam mostrar quando resolveram escrever.

DESAFIANDO OS DEUSES - CELLY MONTEIRO
Ela sempre foi apenas um instrumento da justiça dos deuses e pouco sabia o que era ser humana, até que um guerreiro vem de longe e consegue desviá-la do caminho que os deuses haviam lhe destinado. Com Dyan, a jovem sagrada aprende o que é o amor, a angustia e o medo. E recebe na pele os castigos por contrariar os deuses e procurando seguir apenas a voz do coração.
Em “Desafiando os deuses” pretendia expressar minha crença de que o amor pode tudo, até mesmo fazer render-se uma criatura antes indomável e divina, tornando-o humana e submissa. E que basta um pouquinho de audácia e coragem para mudar até mesmo os finais destinados a serem tristes.

O CANTO DO CISNE - CELLY MONTEIRO
Só a morte desfaria a maldição, mas para o amor ainda não era o fim. Um simples passeio por uma floreta acaba se revelando um encontro predestinado. Umas seqüências de fenômenos inesperados, impregnados de mistério e magia mudariam para sempre a vida de duas pessoas.
Uma vez li em algum lugar o que os antigos diziam do canto do cisne, fiquei maravilhada e simplesmente não pude evitar fantasiar uma história logo em seguida. Queria criar algo que lembrasse a simplicidade e o encanto dos contos de fadas que tanto me fascinaram. Queria também passar a idéia da segunda chance que todos merecem, presenteada com um amor como uma espécie de recompensa.

A CASA VITORIANA - DIDI OITO DEDOS
Neste conto, a vida das pessoas muda drasticamente quando acontecimentos estranhos geram desconfiança. Somente alguém de coração puro poderá desvendar o mistério.
Acredito que este conto seja uma pequena demonstração do quão vasto é nosso mundo.

AKASHA - JOSSI BORGES
"Quando inicie este conto, pensei em escrever uma história curta, mas que contivesse o elemento mágico essencial para torná-la digna do nome. "Akasha", que é o termo usado por Madame Blavatsky para denominar o éter universal, o elemento primordial, etc. e que envolve todas as criaturas, os átomos de tudo, e que se na verdade é grande banco de dados do universo. Eu diria isso tanto a nível espiritual, como a nível físico. Quando entrei de cabeça na história porém, ela cresceu, e tomou seu próprio rumo, ou seja, os personagens ganharam vida própria. A protagonista, Paula, ganhou destaque, e um romance amoroso acabou se consumando. Enfim, o conto é uma história de amor com um toque sobrenatural, mas que toca na questão da vida após a morte, um assunto sempre fascinante."

BEIJO DE KALI - JOSSI BORGES
"Um mini-conto que resume, no meu estilo romântico de sempre, a vida de um homem e sua fascinação por uma entidade maligna, tão erótica e perturbadora quanto a Lilith judaica. No final, ele teve a resposta que tanto procurou."

SAMHAIN, DIA DAS ALMAS - REBIS KRAMRISCH
Este conto data de 2006 e foi uma resposta a um desafio literário de um site que já não existe mais.
O conto se passa num universo fictio, onde há um mundo mágico inserido em nosso próprio mundo. Houve uma guerra e os sobreviventes comemoram o primeiro Halloween depois dessa guerra, mas nem todos estão felizes com a paz instaurada, pois foram muitos que padeceram, inclusive grandes amores. A mocinha da trama afasta-se da comemoração, mas o seu grande amor não permite que ela se isole e, principalmente, buscava pelo perdão dela, pelos males que cometeu na guerra. O final é inusitado.
Quando comecei a escrever, pensei em dar o que as leitoras realmente esperam de um romance, mas mudei de ideia no meio da trama e achei que seria mais interessante que acabasse como acabou.

DÉCIMO SEXTO VERÃO - REBIS KRAMRISCH
Este foi um presente de aniversário que fiz em 2007.
A protagonista é uma medium de 15 anos que possui muitos amigos, inclusive Espíritos. Seu amigo espiritual leva a ela um presente espiritual em seu décimo sexto aniversário.
Quis passar um pouco do que aprendi com os livros espíritas e como eles dizem ser o tal mundo espiritual. O lance do lírio eu me inspirei numa passagem da biografia de Chico Xavier, quando o mundo espiritual faz chover sobre ele livros (os livros que ele psicografaria no futuro) e ele pensou que a medium que presenciou o fato tivesse dito "lírios".

DELÍRIOS DE OUTONO - REBIS KRAMRISCH
É uma história em quadrinhos que fiz em 2003 mas deixei na gaveta. Para colaborar com a antologia, ressussitei a pobre e terminei a pintura da última página. Não fosse por isso, ainda estaria na gaveta.
Um garoto está tranquilamente lendo sob uma árvore que se desfolha por causa do Outono e uma das folhas que caem se transforma em algo que ele não sabe dizer se era real ou imaginação, uma vez que o livro que ele lia falava de tais espíritos da natureza. É uma HQ muda, sem diálogo.

MULHER DE FASES - TELYKA MADELYNNE
Toda vez que eu pensava em começar a escrever este conto, gelava...rs. Como eu, que quando começo a escrever não paro mais, vou resumir uma história em poucas páginas! Difícil. Mas, alguns dias depois estava com amigos na margem do rio e os botos começaram a chegar perto demais da gente. Um deles me chamou muito a atenção, pois era atrevido. Ele chegava bem pertinho da gente (dizem que ele chega, quando sente cheiro de sangue na mulher). Não sei se por que o rio é enorme, daqueles que você quase não vê a outra margem, ou se por que os botos escuros (tucuxi) me causam receio, ou se até eu havia tomado algumas “geladinhas” a mais, me arrepiei dos pés à cabeça. Ele tinha cara de mau, olhar de mau... Daí me veio à mente uma história que me contaram sobre uma moça que havia sido criada entre o beiradão (margem do rio) e o lago do paraíso, que era mulher de boto.
Devia ter sido um boto daquele tipo...
Cheguei em casa e derreti o lápis no papel. A história saiu rapidinho, mas enoooorme! E agora? Resumir como?
Bem, encurtando o assunto, quando fui passar para o PC, saiu outra história! E agora? Ah, não vão gostar dela não. É muito crua. Será que não vai chocar o pessoal?...
Mas é quase real, mulher! Mande-a.
E vocês sabem que toda vez que leio Mulher de fases, sinto que deveria ter sido bem maior? Tentei passar em poucas páginas a essência da personagem, para mim muito corajosa, e ao mesmo tempo evidenciar suas qualidades e seus defeitos. E como existem Evas e Evas... Amei a Alcina, Alkinoé, Raquel, Tonina e...
Leiam. Vocês gostarão.

E se você também escreve contos (sobrenaturais ou não) e gostaria de contribuir com as próximas antologias, entre em contato com a organizadora Jossi Borges - jossiborges@gmail.com

sábado, 17 de abril de 2010

Movimento em prol dos escritores brasileiros desconhecidos

Por: Laura Bacellar |

Desde que eu lancei o livro e o site Escreva seu livro, lá em 2001, venho recebendo uma tonelada de mensagens de autores iniciantes e profissionais, que passam por bons ou maus bocados com editoras, que procuram publicar suas obras ou estão tentando divulgá-las.

De todos os escritores que conseguiram ser publicados ou que arriscaram imprimir sua própria obra, vem o mesmo coro: As livrarias não abrem espaço para nós! Como é difícil vender livros! Os jornais nos ignoram! Ninguém fala do meu livro!

E tudo isso é verdade.

Se encontrar uma editora para publicar um autor brasileiro desconhecido é difícil (mas não impossível, já fui convidada para dezenas de lançamentos de autores iniciantes), fazer com que esse livro venda e o autor se torne conhecido são tarefas de Hércules.
Livrarias, mídia, eventos, nada parece colaborar.

Apesar de concordar em que essas dificuldades existem, não noto nos autores nenhuma atitude para tentar resolvê-las, exceto eventualmente gastar rios de dinheiro com esquemas de comercialização do livro mirabolantes (que vou comentar em outro artigo) e depois reclamar que só deram prejuízo.


Sinto que reina entre todos – escritores, prestadores de serviço, livreiros, editores – uma mentalidade de curto prazo que assassina as chances de livros novos, diferentes, de autores desconhecidos fazerem sucesso. Todo mundo parece cair no caminho já traçado e resolvido como bom quando se trata de leituras.

Não vou comentar aqui o problema que essa atitude gera para o mercado de livros quando vem de livreiros e editores, porque seria uma discussão longa e técnica e sobre a qual você não poderia fazer nada se não é um profissional da área.

Mas gostaria de pedir a escritores e candidatos a autores que considerem o poder que têm como leitores e o utilizem em benefício de um mercado mais democrático.

Convido a uma mudança generalizada de atitude para que você e todos os autores brasileiros ainda desconhecidos por aí tenham a chance de um lugar ao sol.


Movimento em prol dos escritores brasileiros desconhecidos

  • Leia escritores brasileiros desconhecidos

Os escritores que conheço querem ser lidos, mas quando pergunto o que leem, costumam sair-se com Kafka, Dostoiévski, Clarice Lispector, Guimarães Rosa. Ou Drummond, Manuel Bandeira, Ezra Pound. Ou outro lote de escritores e poetas igualmente famosos e aclamados.
Aí eu pergunto: e os brasileiros desconhecidos? E os que estão se arriscando agora, que espelham o mundo em que vivemos? E os que querem criar uma nova cultura, abrir novas sendas aqui onde estamos? Esses você não lê?

E como você quer ser lido se não lê?

Abandone os clássicos por um tempo, adote uma postura de risco cultural e leia quem você nunca ouviu ser mencionado. Escolha um/a escritor/a pelo assunto da obra, pela capa, pelo som do sobrenome e embarque numa aventura de exploração. Deixe para lá esse esnobismo chato de só mencionar autores de sucesso e pontue suas conversas com desconhecidos peculiares, esquisitos, diferentes.

Se você fizer isso sempre, aumentará muito as chances de que façam o mesmo com suas obras.

  • Comente escritores brasileiros desconhecidos

Recebo montes de pedidos de gente implorando, exigindo, pedinchando que eu leia suas obras e diga o que acho. Mas por que pedir a mim, que posso nem ser o público-alvo da obra? Por que esses escritores não obtêm retorno dos leitores dos tantos sites de literatura onde postam tantos milhares de textos? Ou onde colocam suas obras a venda?

Porque a maioria dos escritores não se dá ao trabalho de ler os colegas com atenção.

Já pensou como seria bom uma comunidade de escritores em que todos dessem pareceres sobre as obras dos colegas? Em que opiniões pensadas, refletidas, indicativas de uma leitura atenta se acumulassem nos comentários sobre as postagens? Quem precisaria contratar pareceristas com um apoio desses?

Faça a sua parte. Comente as postagens que achar mais promissoras. Diga o que acha de forma honesta, cuidadosa, não um reles “gostei!!!”. Mande emails ou cartas para os autores dos livros que ler, faça uma crítica no seu blog. Ajude os escritores iniciantes e você estará fazendo a sua parte para criar uma cultura de leitura que vai alguma hora chegar de volta a você.

  • Compre livros de escritores brasileiros desconhecidos nas livrarias

Essa sugestão parece óbvia, mas de novo o mais comum é que mesmo autores iniciantes, que sabem como é difícil expor uma obra de uma editora pequena numa livraria, comprem só o que está exibido nas vitrines ou empilhado nas mesas na entrada. Você tem ideia de quanto as grandes livrarias cobram por esta exposição privilegiada? Ali só ficam as obras de giro rápido, de apelo óbvio. Já dei muita consultoria para autores que querem ser publicados, mas só compram obras bestsellers da lista de mais vendidos do New York Times, achando que assim estão entrando em contato com o mercado.

Hahaha, estão entrando em contato com o mercado de fabricação de bestsellers americanos. O que isso tem a ver com escritores brasileiros iniciantes?


Faça a seus colegas autores e a você mesmo/a um favor e vá fuçar naquelas estantes lá no fundo da loja. Procure títulos interessantes que estão de pé nas estantes, só de lombada para você. Compre o que não é badalado, não é famoso, mas tem algo de intrigante.

Assim você contribui para quebrar essa cultura massificante de as livrarias e editoras acharem que só vale a pena investir nos autores já conhecidos e bons vendedores, nas obras que já vem com milhares de exemplares vendidos lá fora. Você percebe que, se entrar no jogo do fácil como leitor, vai ter poucas chances como escritor?

  • Procure livros de escritores brasileiros desconhecidos na internet

As livrarias estão se tornando lugares cada vez mais difíceis para se colocar livros, com exigências caras e trabalhosas às editoras. São o funil da comercialização dos livros, aproveitando sua posição privilegiada para recusar as obras que acham de giro lento ou autores pouco representativos.

Se você quer furar esse cerco que cada vez mais alimenta os conhecidos e exclui os desconhecidos, faça a sua parte e pesquise livros pela internet. Arrisque comprar uma obra que só é vendida pelo correio, que só tem espaço de exposição em algum site pouco visitado. Pode acontecer de você perder vinte ou trinta reais, de a obra ser um completo lixo, mas também pode acontecer de você adquirir uma raridade, de topar com um pensamento fora dos trilhos e inovador como não imaginava.

Vá contra a corrente que trabalha para tirar o seu espaço como escritor desconhecido e favoreça os outros escritores desconhecidos que estão por aí se aventurando a publicar em editoras pequenas ou por conta própria.

Depois volte lá no site onde comprou o livro e coloque seu comentário sobre a obra, seja positivo ou negativo. Ajude a guiar outros leitores para perto (ou para longe) daquela obra.

  • Recomende livros de escritores brasileiros desconhecidos

Vejo os espaços de comentários nos sites das livrarias, nos blogs, abaixo dos textos literários postados quase sempre vazios ou com frases curtas e inúteis. Quando alguém me fala de um livro, em geral diz só “adorei” ou então “péssimo, nem consegui acabar de ler”.

Caramba, você não quer que recomendem a sua obra? Os jornais e as revistas quase nunca comentam obras de escritores iniciantes, a chance de você ser resenhado na mídia formal é bem pequena. Então faça a sua parte e recomende pessoalmente as obras dos outros.

Seja honesta/o, nada de elogios rasgados se você não gostou. Mas fale do que gostou em detalhes, recomende obras aos amigos citando direitinho o título, o autor, onde comprar, qual a razão para alguém ler aquela obra, para que público você acha que ela seria legal.

O boca-a-boca (ou email a email) ainda é uma das forças mais poderosas para levar um livro ao sucesso. De repente, você estará fazendo a sua parte para criar um bestseller nas condições mais improváveis, fora do circuitão, e assim abrir os olhos dos editores e livreiros para os bons brasileiros ainda não famosos (como você).

  • Dê de presente livros de escritores brasileiros desconhecidos

Você pode copiar essas sugestões e enviá-las aos amigos por email para ajudar a mudar a cultura preguiçosa e acomodada de as pessoas de só lerem e comprarem o que todo mundo lê e compra. Mas você pode também dar de presente livros que considera bacanas, de autores que seus amigos nunca ouviram falar.

Esse é um jeito simpático de não só impulsionar as vendas dos escritores desconhecidos que você descobriu e achou legais, como fazer com que os amigos prestem um pouco mais de atenção ao que existe de variado e brasileiro na nossa produção literária.

Se você achar essas ideias boas, pratique-as.

Que tal assim criarmos juntos uma cultura mais atenta aos escritores brasileiros desconhecidos?

FONTE:

http://www.escrevaseulivro.com.br/escreva/component/content/article/5-home/10-por-laura-bacellar.html

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