Nosso novo entrevistado é o Escritor Cesar Alcázar, Autor do recém lançado "Bazar Pulp" e Editor da Argonautas Editora.
O Escritor:
Quando começou a escrever?
Sempre gostei de inventar histórias, de
criar. Minha imaginação trabalha em ritmo acelerado. Entretanto, demorei um
pouco para escrever ficção. No início dos anos 2000, comecei a escrever
resenhas de filmes, que deram origem ao meu livro “Cemitério perdido dos Filmes
B” anos mais tarde. A escrita de ficção veio apenas em meados de 2008.
Por que escreve?
Para expulsar de minha cabeça os personagens e histórias que ficam me
atormentando enquanto eu não os coloco no papel.
O que gostaria de alcançar com a sua
Literatura?
Liberdade.
Qual a sua maior inspiração?
Meus próprios conflitos. Todos os
protagonistas que crio refletem de alguma forma os meus problemas pessoais.
O que mais atrapalha?
A correria do dia a dia. As distrações provocadas pelas maravilhas
encontradas na internet (sou um pesquisador obsessivo, muitas vezes acabo
perdido com minha sede de informação)...
Qual seria o cenário perfeito para
trabalhar na sua Literatura?
Um cenário que eu ainda não encontrei (risos). Na verdade, eu posso
escrever onde quer que eu esteja. Tenho sempre papel e caneta à mão para o
momento em que alguma ideia aparecer. Depois, desenvolvo tudo no computador. O
ambiente não influencia, pode ter barulho, música... No momento em que sento
diante do computador, entro no meu mundo particular.
O Leitor:
Qual o primeiro livro que leu e marcou a
memória?
Uma edição condensada de Moby Dick, que
tinha ilustrações baseadas na versão cinematográfica com Gregory Peck (isso eu
só descobri mais tarde). Pertencia ao meu irmão mais velho. Eu deveria estar na
primeira série e aprendido a ler há pouco tempo quando li esse livreto.
Qual a obra mais marcante?
Difícil dizer. Muitos livros me marcaram e
não há como medir esse impacto. Posso citar alguns títulos que causaram forte
impressão durante os meus anos de formação como leitor: “A última tentação de
Cristo”, de Nikos Kazantzakis, “Memórias do cárcere”, de Graciliano Ramos,
“Noite”, de Erico Veríssimo, “Os sete pilares da sabedoria” de T. E.
Lawrence...
Não vendo. Não troco. Não empresto.
Duas
histórias em quadrinhos: minhas edições italianas de Corto Maltese na Sibéria
(Corte sconta detta Arcana) e A casa dourada de Samarcanda (La Casa Dorata di
Samarcanda), obras primas do mestre Hugo Pratt.
Qual o gênero e estilo literário favoritos
para leitura?
A Fantasia e o Horror são os
gêneros que mais caem em minhas mãos.
Onde, quando e como faz suas leituras?
Leio geralmente à noite, quando
estou mais descansado em casa. Ainda não aderi aos livros digitais, prefiro os
impressos. Mas adquirir um kindle está nos planos do futuro.
O que muito gostaria de ler, mas ainda não
encontrou oportunidade?
Eu gostaria de ler vários paperbacks lançados nos EUA durante a
década de 1970 e que nunca tiveram reedições. Adoro esses livros de bolso
antigos. Tenho vários. Mas alguns são bem raros.
O Autor:
Faça uma breve apresentação de sua obra
mais recente.
“Bazar Pulp – Histórias de Fantasia,
Aventura e Horror” é meu primeiro livro solo. Ele compila noveletas e contos
escritos entre Dezembro de 2009 e Novembro de 2011.
Quais foram as inspirações para essa obra?
A principal inspiração foi a literatura pulp
dos anos 20 e 30. Sou um grande admirador de autores como Robert E. Howard, Sax
Rohmer, H. P. Lovecraft, Edgar Rice Burroughs...
Enumere todos os livros que escreveu,
inclusive em co-autorias, e descreva brevemente o significado de cada obra para
você:
Trabalhos de não ficção (como César Almeida):
68 - História
e Cinema: minha primeira publicação de qualquer tipo. Artigo sobre o filme “A
noite dos mortos vivos” escrito em parceria com o historiador Paulo Guadagnin.
Tio Sam vai à
guerra - Os conflitos bélicos dos Estados Unidos através do Cinema: artigo
sobre o filme “Rastros de ódio” escrito em parceria com o historiador Rafael
Quinsani.
Vida é Jogo!
- Ensaios de História, Cinema e Esporte: artigo sobre o filme
“Rollerball”.
Cemitério
perdido dos Filmes B: meu primeiro livro solo. 120 resenhas de
clássicos do Cinema B.
Ficção (como César Almeida):
Dias contados
- Contos sobre o fim do mundo: primeira obra de ficção publicada.
Draculea - o
livro secreto dos vampiros: Antologia organizada por Ademir Pascale.
Primeira aparição do Capitão Blackburn, que retorna em Bazar Pulp.
Ficção (como Cesar Alcázar)
No Mundo dos
Cavaleiros e Dragões: Antologia de Fantasia organizada por Ademir
Pascale.
Sagas Vol. 1
Espada e Magia: primeira publicação da Argonautas Editora. Esse é um livro muito
especial para mim. Contém a primeira aparição do guerreiro irlandês Anrath, o
Cão Negro de Clontarf.
Mal Bate À
Sua Porta: antologia digital organizada por Christian David com histórias de
terror voltadas ao público juvenil.
Histórias
Fantásticas Volume 2: antologia organizada por Georgette Silen.
Estranhas
Invenções: Antologia de Ficção Científica organizada por Ademir Pascale.
Bazar Pulp -
Histórias de Fantasia, Aventura e Horror: esse é meu primeiro livro solo
de Ficção.
Fale sobre o seu personagem favorito e o
que há nele para ser o dileto?
Dos meus personagens com histórias
publicadas, meu preferido é Anrath, o “Cão Negro”. Anrath surgiu em 2009 após a
leitura do Ciclo Celta de Robert E. Howard (The Grey God Passes e The Dark Man,
entre outras) e do conto O Espelho e a Máscara, de Jorge Luis Borges. A
história e o folclore da Irlanda me fascinavam há muito tempo. Então resolvi
criar o meu próprio herói guerreiro da Erin medieval.
O ponto de partida foi a notória Batalha de
Clontarf, ocorrida no ano de 1014. Um lendário combate entre vikings e gaélicos
pela supremacia da Irlanda. No entanto, Anrath não estava ao lado dos
vitoriosos irlandeses comandados por Brian Boru. Raptado ainda criança por
saqueadores nórdicos, ele lutou em Clontarf ao lado dos vikings, tornando-se um
homem odiado e temido.
Após romper com o bando da qual fazia
parte, Anrath percorre a Irlanda como mercenário, sempre perseguido pelo
passado. Suas aventuras são recheadas de fantasia bem ao estilo de Howard. Mas,
mais do que isso, elas focam os conflitos de um homem preso a uma vida de
violência da qual não consegue escapar. Anrath tem um pouco dos samurais de
Akira Kurosawa: solitário e melancólico, ele nem sempre está do lado dos
vencedores. Um herói mais humano do que o habitual na Fantasia.
Depois da estreia em Sagas Vol. 1, Anrath
retorna em mais duas histórias no livro Bazar Pulp.
No que gostaria de transformar Bazar Pulp?
Acho que alguns dos contos de Bazar Pulp
renderiam boas histórias em quadrinhos. O estilo pulp dialoga muito bem
com a estética dos comics.
Quais os seus contatos e onde poderíamos
adquirir as suas obras?
Meu email pessoal é sartanawest@ig.com.br. Sagas Vol. 1 e
Bazar Pulp podem ser adquiridos no site da Argonautas www.argonautaseditora.com, ou na
Livraria Cultura.
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