segunda-feira, 30 de abril de 2012

Resenha – O Vale das Borboletas – Amanda Vieira


O Vale das Borboletas – Amanda Vieira
Editora Dracaena

“Quando Heitor se muda para Crisálida, depois de escapar de perseguições enigmáticas em São Paulo, a vida de Maria Luisa também é afetada de forma inesperada. Isa, como ela prefere ser chamada, acaba por se envolver pelo seu misterioso primo que passa a frequentar a mesma escola onde estuda.
Um amor de tirar o fôlego, uma aventura impressionante, cercada pelos mistérios do desaparecimento da fortuna de um pintor de borboletas.
Ele tenta protegê-la, ela coloca sua vida em risco, uma perigosa paixão com um final que somente um detetive sagaz poderia imaginar.
Isa decide então confrontar o seu perseguidor sozinha, com o coração na garganta e um tesouro em mãos. Do alto do morro do Vale das Borboletas, ninguém poderá escutar o seu grito de socorro.”

O Vale das Borboletas é um romance juvenil, voltado para o público adolescente feminino. E é o livro de estréia de Amanda Vieira, uma mineira de Montes Claros, de apenas 23 anos. Lançado ao final de 2011 pela Editora Dracaena, que tem entrado com força no mercado editorial, tendo vários lançamentos simultâneos.

Meu Achismo:

Maria Luisa, ou Isa, como a personagem faz questão de ser chamada, é uma típica adolescente de classe média, delicada e insegura, com uma vidinha normal, mas boa: pai diretor da escola onde estuda, mãe moderninha, irmãzinha Índigo e um tio rico que mora no casarão logo ao lado. E esse tio rico tem um filho lindo, morando em São Paulo – ou, melhor dizendo, sobrevivendo em São Paulo, já que o rapaz tem sido vítima constante de perseguições misteriosas.

A boa notícia que Isa recebe, logo pela manhã, é que o seu adorável primo, que não vê há 10 anos, está de regresso à Crisálida, uma cidadezinha serrana do interior de Minas Gerais. E Isa, óbvio, acha isso detestável, pois ela só tem lembranças constrangedoras do convívio com o primo, com quem viveu junto até os 7 anos, no sítio de sua falecida avó. O moleque, magrela e implicante, era um verdadeiro algoz para a menina.

Heitor é o primo de regresso. Outrora moleque implicante, ele se tornou um rapaz lindo e agradável. Mas algo obscuro em sua história o faz ser perseguido por homens de preto e salvo por uma bela mulher num carrão. E 3 vezes é um número suficiente para fazer o mais teimoso dos seres humanos abandonar suas convicções e buscar refúgio num lugar distante e pacato.

E foi o que Heitor fez, recebido com uma festa em que quase compareceu toda a população de Crisálida – menos sua prima Isa, por quem ele estava cheio de curiosidade para reencontrar.

Abandonando a própria festa de boas vindas, o rapaz vai em busca da menina, acabando por encontrá-la na livraria da cidade. Ele sabia que a garota atrapalhada e assustada, que procurava por um livro infantil, era ela, mas não o inverso. Então Heitor resolve jogar um pouquinho, tornando a situação entre eles mais excitante pelo ar misterioso que o rapaz parece gostar de causar (em sua prima, ao menos).

Mas há, verdadeiramente, um mistério envolvendo a vida de Heitor, que ele próprio não sabe do que se trata. E é algo relativo ao seu passado, à sua família, às suas origens. E esse mistério envolve um famoso pintor local e uma fortuna desaparecida.

Aventura, mistério, paisagens paradisíacas, um romance belo e puro que será vivido meio que às escondidas, entre Heitor e Isa – que não são, na realidade, o que acreditam ser um do outro.

Achismo Final:

Amanda Vieira é uma pedra preciosa ainda em lapidação, que precisa passar pelas “águas de rolagem” dos anos que lhe trarão vivências, experiências e maturidade. Então poderá empregar, em suas futuras obras – que, certamente, haverá muitas! – dando a elas mais riqueza e refinamento.

O ponto negativo fica mesmo é para a Editora Dracaena, que não prestou a sua melhor assistência à obra. Existem muitos problemas com pontuação que afetam a construção de algumas frases e parágrafos. Há frases iniciadas sem letra maiúscula e o bobo equívoco de confundir “prólogo” com “prefácio”. São erros pequenos, facilmente corrigidos por uma revisão atenta, e algumas frases poderiam ser reconstruídas com a assistência do editor. Isso faz parecer que, embora conste nomes de editor e revisores na ficha técnica do livro, o mesmo não passou realmente por uma revisão e edição atentas.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

sexta-feira, 20 de abril de 2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Informe Casa Rui Barbosa 16-30/04/12‏

 Informe quinzenal - de 16 a 30 de abril de 2012
Estão abertas as inscrições para o concurso de seleção de bolsistas para o Programa de Incentivo à Produção do Conhecimento Técnico e Científico na Área da Cultura da Fundação Casa de Rui Barbosa. Prazo de entrega dos projetos: 25 de maio de 2012.
Chamada de trabalhos 1A FCRB recebe até 7 de maio trabalhos a serem apresentados durante o IV Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas. Informações: (21) 3289-4663.
Chamada de trabalhos 2A FCRB recebe, entre 1º de maio e 4 de junho de 2012, propostas para apresentação de trabalhos para o III Seminário Internacional de Políticas Culturais. Informações: (21) 3289-8609.
História e Culturas UrbanasA série mensal volta com a conferência "Arquitetura do século XIX no Rio de Janeiro: guia temático e roteiros culturais", ministrada pelas pesquisadoras Claudia Nóbrega (Proarq/FAU-UFRJ) e Claudia S. Rodrigues de Carvalho (FCRB). Dia 24 de abril, às 18h, na sala de cursos. Entrada franca. Informações: (21) 3289-8616.
Memória & InformaçãoPalestra 'O Manuscrito dentro e fora do arquivo', ministrada pela pesquisadora Eliane Vasconcellos'. Dia 18 de abril, às 14h30, na sala de cursos. Entrada franca. Informações: (21) 3289-4677.
Fundação Casa de Rui BarbosaRua São Clemente, 134 Botafogo
Rio de Janeiro
comunica@rb.gov.br

Lançamento do livro Almoço em Família


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Fanzine Juvenatrix #134

 
Fanzine em sua versão PDF, com literatura e música. Gratuíto e com distribuição por email ;)

Com contos de Miguel Carqueija, Ronald Rahal, Rynaldo Papoy, Rita Maria Felix da Silva e Dalila Rocha Sousa, e resenhas dos filmes Tropas Estelares (1997), Degraus Para o Passado (1976), Carrasco de Pedra (1967). A edição é complementada por divulgação das bandas de rock extremo Inquisition (Colômbia/EUA), Sodom (Alemanha), Aborted (Bélgica) e Marduk (Suécia), além de notícias sobre a cena cultural alternativa. A capa é ilustrada por Rafael Tavares.

Para obter uma cópia, em formato pdf, é preciso solicitar ao editor, Renato Rosatti, pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Canecas impressas com capas de livros

As ilustrações não figuram mais apenas nas capas de seus livros, elas agora vão parar em outros artigos, uma forma criativa de marketing - e, dependendo do ítem - bastante útil, também ^^

A escritora Simone Marques, que há anos vem batalhando com seus livros, está com dois lançamentos, que são:

Agridoce, um romance vampiro;

Os Deuses do Mar, romance juvenil de fantasia.

E esses dois lançamentos vêm com suas novidades: que são as canecas personalizadas com as capas de ambos os livros! E são canecas de porcelana, para serem usadas na boa!

Saiba como adquirir suas canecas - e seus livros, óbvio - no blog da Simone ;)

terça-feira, 3 de abril de 2012

Resenha – O Vôo de Icarus – Estevan Lutz


Meu Achismo:

Lançado em 2010 pelo selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, da Editora Novo Século, o livro aborda um futuro não muito distante e bastante verossimel, tão possível de assim o ser, que não sei se classificaria de “ficção” ou “ficção cientifica”. É uma ficção, óbvio, porque a história não é real, mas apenas isso. Um dos pontos abordados é a tecnologia totalmente a serviço do homem, desde o simples acender da lâmpada do abajur, quanto até comprar alimentos, qualquer coisa, pela rede. Oras, já vivemos isso e países como Coréia e Japão isso já é uma rotina.

Icarus é um rapaz de, mais ou menos, 30 anos e que vive e trabalha na cidade vertical chamada Agartha, uma cidade planejada e construída como imensos arranhacéus sobre uma ilha artificial, viciado em jogos de realidade virtual e numa droga alucinógena chamada, apropriadamente, de Nirvana. Icarus é um dos planejadores de jogos em realidade virtual da Holocorp, uma mega empresa de jogos em que só os melhores trabalham.

O livro começa com uma cena de pura fantasia, o que faz ser um ponto muito interessante. Uma batalha entre um herói medieval e uma criatura fantástica, tendo como arma uma espada. Trata-se do “Mito do Guerreiro”, jogo em realidade virtual de que Icarus é viciado. Então, podemos dizer que há uma mistura de fantasia medieval com uma ficção cientifica.

Mas Icarus não vive uma realidade “real”. Quase que 24 horas mergulhado no mundo virtual, seja no trabalho, seja fora dele, o rapaz passa a apresentar sintomas de um colapso orgânico, por mente e corpo estarem em realidades diferentes.

Aceitando os conselhos de sua amiga Ceres, Icarus vai em busca de tratamento com o médico Dr. Voga, que lhe administra um remédio experimental, o Sinaptek, fabricado utilizando a tecnologia nanorobótica. Isso mesmo. O que Icarus ingere é uma cápsula cheia de robozinhos que atuarão diretamente em seus neurônios, ajustando as deficiências químicas assim que elas surgem. Mas era imprescindível de que ele não fizesse nenhum uso de drogas alucinógenas, muito menos do Nirvana, ao qual ele é viciado.

Então, de um dia para o outro, Icarus é uma pessoa completamente renovada, com todos os seus problemas psico-emocionais resolvidos. Os jogos de realidade virtual já não lhe causam mais transtornos orgânicos, mas por outro lado, ele também perde o interesse por isso.

Durante uma festa, um amigo de Icarus o engana e o faz inalar uma certa quantia de Nirvana. Desesperado, ele foge para casa, mas completamente alucinado, ele sequer sabe como chegou até sua cama. E é aí que começa o verdadeiro vôo de Icarus: ele tem a sua primeira projeção de consciência fora do corpo, numa viagem astral que o faz presenciar de perto um suicídio. Isso foi só o inicio para o que se tornaria a ele alucinação e paranóia constantes... ou não.

O livro reúne alta tecnologia, a transcedencia da mente e até conceitos filosóficos hindus, com seus karmas, mayas, sansaras e nirvanas. Apesar de parecer assuntos completamente distintos e imisturáveis entre si, Estevan Lutz conduz a narrativa com muita lógica e clareza.

O final do livro, que faz supor uma continuação, o leitor fica tão confuso quanto o protagonista, por não ter certeza se o que tudo que Icarus vivencia em suas viagens astrais é mesmo real ou apenas uma projeção criada por sua mente sob influencia do Sinaptek e Nirvana. Ou foi tudo uma imaginação forte ou o Sinaptek é mesmo um projeto secreto do governo para criar “espiões astrais” capazes de estar em qualquer lugar para coletar as informações mais secretas. E somente o autor poderia nos informar sobre isso numa continuação, pois que o desfecho ficou em suspensão.

Estevan Lutz teve o devido cuidado de criar um comportamento social que se enquadrasse na proposta da realidade futurista criada por ele. A narrativa em primeira pessoa e os diálogos são concisos e circunspetos. Os nomes, incomuns, estão muito bem enquadrados num mundo totalmente globalizado: Icarus, Ceres, Linus, Roxana. Nomes universais dentro de uma sociedade universal em que não há mais fronteiras territoriais.

Geralmente não gosto de histórias futuristas, por seus autores criarem um futuro pessimista e tétrico, bem ao estilo Blade Runner. Mas Estevan Lutz criou um futuro positivista, em que alguns problemas continuarão, mas haverá sempre a luta pela melhoria na vida de todos. Um futuro em que se viverá no conforto proporcionado pela tecnologia, mas que ainda é perfeitamente possível caminhar por áreas verdes, viajar para lugares onde a natureza ainda domina plenamente ou mesmo viajar pelos mares, como Icaurs fez no final.

E esse futuro eu quero!

E o Sinaptek também!!

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